domingo, 13 de janeiro de 2013

Sinto-me sufocado, não vejo uma saída!

Hoje vou falar do arcano XII do Tarô: O Pendurado. Este arcano do tarô mostra-nos uma vivência um tanto comum a nós seres humanos, porém uma das mais difíceis, senão a mais difícil de nossas passagens: a tarefa da entrega a Deus durante os conflitos; a prova de nossa fé! Podemos vivenciar este arquétipo por dias, meses, e, na maioria dos casos, este arquétipo dura anos para passar e ainda podemos vivenciá-lo mais vezes numa vida do que gostaríamos... Nosso dever é aprender a superá-lo, pois evitá-lo não podemos.

Muitas vezes atravessamos problemas em nossas vidas que nos faz perder os sentidos de visão, direção, que nos abala a fé em nós próprios, nos outros, até mesmo em Deus...  Ficamos absolutamente sem saber o que fazer, pelo que optar, e neste momento quase sempre não sabemos nem mesmo o que sentimos. Qualquer atitude que tomamos parece, na melhor das hipóteses, não apresentar resultado algum. Reconhecemos que é a hora de parar e esperar o tempo passar para somente depois tomarmos alguma atitude.
Pela descrição do arcano XII que temos mais abaixo, percebemos que o homem em questão ao fazer suas escolhas durante a vida, repentinamente, algo que não foi previsto saiu, aparentemente, errado.
Se pudéssemos prever todos os nossos passos, realizar todas as nossas necessidades e nossos desejos e ainda impedir que qualquer coisa saísse errado não estaríamos vivos no Planeta Terra, não teríamos nascido num planeta de provas e expiações e tampouco viveríamos este momento de transição para a regeneração! É assim mesmo a vida, e são nas dificuldades como a que esta carta nos ilustra que nos fortalecemos e evoluímos, aprendemos as lições da vida e superamos os nossos limites, vencemos o karma e nos aproximamos da luz.
Há situações críticas que vivenciamos que são chamadas vivências kármicas, passagens que estavam pré-determinadas em nosso caminho antes de nosso nascimento, passagens que, por piores que sejam, vêm nos ensinar alguma preciosa lição.
A mensagem mais importante nesta carta é exercitar a perseverança, é seguir a vida com fé e paciência, esforço pessoal que assim que o sol brilhar mais forte, o gelo que nos congela irá derreter, devemos entregar nossas ansiedades a Deus, a nossos mentores, que alguém vai surgir para nos ajudar a nos virar de cabeça pra cima, vamos conseguir nos desatar das amarras e nossa energia vai voltar, pois a chave da vida estará novamente voltada para o universo, para o lugar de onde obtemos a intuição, a clareza e a força vital.
É importante reconhecer o momento que passamos! É importante procurar ajuda espiritual, terapêutica nos momentos de conflito! É preciso alimentar a fé e a energia pessoal para a hora da virada, pois quando voltarmos a direção natural, teremos bastante o que fazer: teremos que colocar a casa em ordem, teremos que transformar o nosso Eu em função dos aprendizados que acabamos de obter, teremos de tomar decisões e transformar a nossa vida, abrir mão do velho, de posturas arraigadas, de tudo aquilo que já não nos serve mais, para assim podermos continuar no trilho da vida rumo a evolução!
O arcano XII no Tarô de Crowley
Na imagem, um homem careca que não expressa emoções em seu rosto está de cabeça para baixo preso por um de seus pés ao alto, na cruz ankh invertida, o outro é preso cruzado, e, como suas mãos, preso por pregos. Abaixo de sua cabeça temos uma cobra morta. O fundo azul por detrás do homem é gelo. Lá fora o sol é fraco, porém promete derreter o gelo.
Esta carta representa o arquétipo daquele que está em um grande conflito e não enxerga uma saída (a ausência de cabelos representa a ausência de intuição, de visão espiritual; o homem está totalmente atado e seu mundo congelado). Sente-se fraco, sem energia (a cobra morta representa a energia da kundalini que agora está fora do homem). Parece que o tempo não passa (o tempo parece congelado, e seu descongelamento depende do sol de cada dia, a solução dos problemas não depende do homem!). Contudo, os pregos que prendem as mãos e um dos pés representam o sacrifício, assim como estar preso de cabeça para baixo: o ser sofre em função de um sacrifício, ele cometeu um erro em prol de uma causa maior, agora sofre. Estar preso pelo pé esquerdo denuncia: o homem chegou a este ponto inconscientemente (não pensou porque não poderia ter pensado!) e, agora está com a chave da vida invertida, a cruz ankh desviada de sua direção – universo.
A mitologia grega explica este arquétipo pela lenda de Prometeu, aquele que roubou a Luz do Monte Olimpo para acender a Luz na Terra, ao ser descoberto, foi julgado e condenado a cerca de 100 anos de sofrimento, preso pelos pés, uma ave lhe bicaria o fígado todos os dias, porém todas as noites o seu corpo iria regenerar o órgão o que lhe impediria a libertação através da morte. Veja: um homem cometeu um erro em prol de uma causa maior, mas a cada ação há uma reação do universo.
Logo, este arquétipo indica principalmente sofrimento, impotência diante das dores, sacrifícios em prol de algo maior que resultarão em dor, a necessidade de entrega total ao Plano Divino como prova de fé.

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